Capivari de Baixo fará ação de conscientização devido à violência contra a mulher
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas promove no dia 25 de novembro próximo uma mobilização em frente ao Ginásio Municipal Juan Manuel dos Santos com o intuito de chamar a atenção da população sobre um problema que, segundo dados estatísticos divulgados recentemente, se agravou no país em 2015: a violência contra as mulheres. O evento começa às 8h20min e contará com apresentações culturais, entrega de rosas e laços brancos para simbolizar o fim da violência contra mulher contando com a equipe técnica do Creas. De acordo com as os organizadores, o objetivo dessa ação é propiciar intervenções no território voltadas à mobilização social e o enfrentamento de situações de risco pessoal e social. A equipe pretende a sensibilização da população pelo fim da violência contra as mulheres.
Segundo a ONU, “a violência contra mulheres e meninas é uma grave violação dos direitos humanos seu impacto varia entre conseqüências físicas, sexuais e mentais, muitas vezes levando a morte”. Essas violências geram um transtorno social de grande impacto, sentido claramente na sociedade, em diversos âmbitos. Além dos danos causados à vitima há o grande custo financeiro em saúde, despesas legais e, principalmente, o baixo nível de participação no mercado de trabalho e conseqüentemente impactos no orçamento nacional e global.
No mundo em geral, observa-se diversas iniciativas e mobilizações para o enfrentamento dessas violências, porém, não dão conta de abarcar toda situação causada pela violência. Destacamos como exemplos as agendas nacionais e internacionais, criação de diversos organismos como as organizações da sociedade civil, programas governamentais, leis, mas os desafios ainda são grandes considerando que muitas vezes as penas ainda são brandas e muitas vezes os culpados permanecem impunes.
No Brasil, é importante salientar a criação da Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, que ganhou esse nome em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para que seu agressor fosse preso. Essa Lei representa um marco na proteção da família e um resgate da cidadania feminina, vez que define a violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente de faixa etária, em cada uma de suas manifestações: física, sexual, psicológica, moral e patrimonial e equipara esse tipo de violência a uma das formas de violação dos direitos humanos.
No nosso país há que se considerar que com a implantação desta Lei conseguiu-se avançar muito neste campo, isto também somado à aplicação da nova política de assistência social e com a tipificação dos serviços socioassistenciais em 2009. E desde então passou-se a atender especificamente mulheres vítimas de violência no Creas no município.
Laço Branco
No dia 6 de dezembro de 1989, um homem de 25 anos (Marc Lepine) entrou armado na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá. Em uma sala de aula, ele ordenou que os homens (aproximadamente 50) se retirassem. Assassinou 14 mulheres e depois saiu atirando pelos corredores e outras dependências da escola, gritando “Eu odeio as feministas”. Desta forma, ele matou 14 estudantes, todas mulheres. Feriu ainda 14 pessoas, das quais 10 eram mulheres. Depois suicidou-se. Com ele, foi encontrada uma carta que continha uma lista com nomes de 19 feministas canadenses que ele também desejava matar e na qual ele explicitava a motivação de suas ações, em suas palavras: “mandar de volta ao Pai as feministas que arruinaram a sua vida”.
O crime, que ficou conhecido como o “Massacre de Montreal” mobilizou a opinião pública daquele país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Assim, um grupo de homens canadenses decidiu organizar-se para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa violência. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.
Lançaram, assim, a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher. Durante o primeiro ano da Campanha, foram distribuídos cerca de 100 mil laços entre os homens canadenses, principalmente entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro, semana que concentra um conjunto de ações e manifestações públicas em favor dos direitos das mulheres e pelo fim da violência. O dia 25 de novembro foi proclamado pela Organização das Nações Unidas como o Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a mulher.
O dia 6 de dezembro foi escolhido para que a morte daquelas mulheres (e o machismo que a gerou) não fosse esquecida. Trabalhando junto a diversos órgãos das Nações Unidas, particularmente o Unifem e em parceria com organizações de mulheres, a Campanha do Laço Branco hoje está presente em todos os continentes e em mais de 55 países, sendo apontada pela ONU como a maior iniciativa mundial voltada para o envolvimento dos homens com a temática da violência contra a mulher.
Álvaro Dalmagro – Assessoria de Comunicação PMCB