Especial Outubro Rosa: “O autoexame pode salvar a vida de muitas mulheres, vai salvar a minha”
A Prefeitura de Capivari de Baixo preparou uma série de ações alusivas à campanha do Outubro Rosa. E, neste sábado (22), a Coordenadoria de Comunicação (COC) apresenta uma personagem que luta contra o câncer de mama e que faz questão em chamar a atenção de todas as mulheres em relação a um simples ato, mas que pode ser chave entre a vida e a partida: o autoexame.
Neste ano, o Executivo traz como tema da campanha “A prevenção é um toque de amor”. A analista corporal, comportamental e gestora emocional Morgana Julião, de 38 anos, moradora do bairro Vila Flor, descobriu, em junho deste ano, na frente do espelho em sua casa, um nódulo de dois centímetros na mama. De imediato, correu para o posto de saúde, iniciou o tratamento e veio o diagnóstico: câncer maligno.
Ela passou por uma cirurgia e já começou a quimioterapia. Morgana, que atua profissionalmente com atendimento às mulheres e estava acostumada a colocá-las para cima, viu-se em uma situação que poderia mudar um pouco da sua essência extrovertida e social, mas decidiu aprender a enfrentar um dos piores campos naturalmente atingidos em pacientes com os casos como o dela, o emocional. Resolveu vencer, contou amplamente com o apoio da família, de amigos, dos médicos e dos profissionais de saúde, e o maior de todos: o apoio próprio, acresceu o amor que tem por si, pela vida, pelo seu corpo.
“Eu amo a minha careca! Foi tudo muito rápido. Cheguei a fazer uma bateria de exames no início do ano, estava tudo ok, mas em junho descobri a minha doença me tocando, corri para o posto da Vila Flor, fui muito bem atendida e encaminhada para o tratamento necessário. Passei pela cirurgia, fiz outros exames que apontavam algo na região da axila, não desanimei, pelo contrário, intensifiquei a quimio. Hoje, estou sem nódulos, sem esta enfermidade que é tão perturbadora aos ouvidos da sociedade, mas preciso seguir firme com a medicação”, detalha.
Morgana atenta que o autoexame, o qual apontou um nódulo de dois centímetros, foi o diferencial até aqui. Acima de três centímetros já é considerado um tumor e, se maligno, o estágio do câncer é maior e as chances de cura são bem menores.
“Tenho um recado curto, porém de valia extrema à saúde das mulheres: toquem-se, conheçam o seu corpo, saibam notar as diferenças, não deixem de ir ao médico, não tenham vergonha, preconceito ou qualquer tipo de receio. Amar-se e tocar-se é fundamental para que possamos prevenir de maneira adequada uma série de doenças. Faça o autoexame. Converse com seu marido, mãe, pai, avô. O tempo pode ser a principal ferramenta de sucesso! Viva o hoje, mas não jogue fora o seu amanhã”, orienta a capivariense.
Números alarmantes!
Uma em cada oito mulheres no mundo terá câncer de mama. Sessenta e seis mil
brasileiras terão diagnóstico de câncer de mama em 2022. Uma em cada quatro mulheres com câncer de mama no Brasil perde a vida. São 42 mortes por dia.
Prestar atenção aos sinais do corpo
Quanto mais atenta a mulher estiver em relação a qualquer sintoma persistente, maior a chance do diagnóstico precoce e, consequentemente, maiores as chances de sucesso do tratamento.
Conceito
O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos.
Sintomas
O mais frequente é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Orientação profissional
“A mamografia é indicada a partir dos 40 anos e é a única forma, realmente, de detectar a doença ainda num estágio muito precoce. A mão ou o dedo não conseguem identificar, na maioria das vezes, tumores entre 1 cm e 2 cm”, alerta o mastologista Adriano Cartaxo, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Além da importância da mamografia, o especialista reforça para a condição de hábitos de vida saudáveis que impactam diretamente na prevenção da doença. “Praticar exercícios físicos, consumir alimentos frescos e ricos em nutrientes e cessar o tabagismo e o uso abusivo de álcool são fundamentais para evitar o câncer de mama”, sublinha. Última pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostra que cerca de 13% dos casos de câncer de mama, cerca de oito mil, poderiam ser evitados pela redução de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, em especial, da inatividade física.
*Vídeo da entrevista abaixo*