Conheça a história de Dorsa, de aluna a professora na creche onde frequentou
Maria das Dores Zapeline Rita Fernandes, ou simplesmente Dorsa – ou a Tia Do, de 49 anos, é professora de educação infantil e a personagem de hoje para ilustrar a homenagem da Prefeitura de Capivari de Baixo, por meio da Secretaria de Educação, para com todos os docentes da Rede Municipal de Ensino, em alusão ao Dia Nacional do Professor, celebrado nesta sexta-feira (15).
A profissional, formada pela Udesc em Pedagogia da Educação Infantil e pós-graduada em Práticas Interdisciplinares pela Fucap, já atua como servidora há quase três décadas, tem uma filha de 25 anos, pedagoga, e uma irmã que também trabalha na área do magistério. Hoje, Dorsa leciona no Centro de Educação Infantil (CEI) Maria Magdalena, onde foi aluna e destaca o orgulho de ter retornado, agora, como educadora.
“É uma vocação que notei desde pequena. Amo o que faço, sou apaixonado por meus estudantes e o local onde trabalho! Ser professora é ajudar na construção do caráter, já que estamos formando pessoas. Não me imagino fazendo outra coisa”, resume a Tia Do, que começou a atuar nas salas de aulas aos 21 anos.
Pouco tempo depois, assumiu imensa responsabilidade, a direção de uma creche (Gente Inocente – atual Osmarina Rodrigues de Souza). Pela dedicação, mais tarde ganhou nova promoção, foi diretora em mais um CEI (Maria de Lourdes Pereira Fernandes) e da tradicional Escola Vitório Marcon, na comunidade da Ilhotinha.
Além da filha, Heloisy Rita Fernandes, que vai se especializar como professora de alunos especiais, Dorsa é mãe de um adolescente de 17 anos, que é barbeiro e vai cursar Direito, pretende ser policial. É casada. A família mora no Centro.
“Agradeço às minhas colegas, a diretora do CEI Magdalena, a Márcia (Adriana dos Santos Bittencourt ), os pais e a comunidade do Três de Maio, onde atuo hoje. Aqui, criamos mais uma família, são vínculos que levamos para vida toda. Ensino crianças que são filhas de ex-estudantes meus. É um ciclo, um aprendizado contínuo”, finaliza Tia Do, emocionada.
Você sabe a origem do Dia do Professor?
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Teresa de Ávila), Pedro I, Imperador do Brasil, baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava basicamente da descentralização do ensino, do salário dos professores, das matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até sobre como os professores deveriam ser contratados.
A primeira contribuição da Lei de 15 de outubro de 1827 foi a de determinar, no seu artigo 1º, que as Escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) deveriam ensinar, para os meninos, a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e as noções mais gerais de geometria prática. Às meninas, sem qualquer embasamento pedagógico, estavam excluídas as noções de geometria. Aprenderiam, sim, as prendas (costurar, bordar, cozinhar etc) para a economia doméstica.
Cento e vinte anos depois do decreto, em 1947, um professor paulista teve a ideia de transformar a data em feriado e iniciou a tradição de homenagear os professores no dia 15 de outubro, em referência ao decreto de D. Pedro I.
A ideia surgiu porque o período letivo do segundo semestre escolar era muito longo, ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo o período. Cansados, literalmente, um pequeno grupo de quatro educadores, liderados por Samuel Becker, teve a ideia de organizar um dia de folga, para amenizar a estafa. O dia também serviria como uma data para se analisar os rumos do restante do ano letivo.
Foi então que o professor Becker sugeriu que esse encontro acontecesse no dia 15 de outubro. A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça de professores e alunos, que levavam doces de casa, para uma pequena confraternização.
O discurso do professor Becker, além de ratificar a ideia de se manter na data um encontro anual, ficou famoso pela frase “Professor é profissão. Educador é missão”. A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963.
O Decreto definia a essência e razão do feriado: “Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.