Violência doméstica: Prefeitura alerta mulheres durante Campanha do Agosto Lilás

“Podem me chamar de Vitória. Na primeira vez fui insultada verbalmente, depois recebi um empurrão, já na terceira agressão levei um tapa, na quarta fiquei com os olhos roxos após tomar socos do meu companheiro. Já não suportava tanta humilhação e dor… Percebi que minha vida estava em risco. Decidi aguentar mais um tempo, então, certa noite, ele se aproximou e começou a discutir sem motivos, estava transtornado, espancou-me com chutes e usou um pedaço de pau, caí, bati a cabeça e fui levada já em coma ao hospital, era o meu fim… Quando acordei, dei conta que tudo não se passava de um sonho e percebi que posso sim evitar o pior”.

 

A narrativa acima é de uma personagem fictícia, mas que vale pelo alerta. Nunca é tarde para agir, ou melhor, o ideal é sempre prevenir. Então, a partir do mínimo de sinal de um relacionamento que possa render abusos, haja, fale, denuncie, salve-se. Assim, Vitória pôde seguir sua vida com qualidade e ser feliz!

 

A Prefeitura de Capivari de Baixo faz um alerta a todas as mulheres sobre os casos de violência doméstica. É preciso um basta a este tipo de situação em pleno ano de 2022. O respeito é mútuo e, independente da classe social ou do relacionamento, não há mais espaço para agressões.

 

Os casos parecem frear no país a cada ano, mesmo que lentamente. Na cidade Termelétrica, de janeiro a julho foram 11 registros novos de mulheres vítimas de violência, sendo a maioria das vítimas encaminhada pelo poder Judiciário em razão de medida protetiva – Lei Maria da Penha, Delegacia de Polícia Civil e Conselho Tutelar* devido à violência doméstica em que os filhos (crianças e adolescentes) vivenciam/presenciam em casa*.

 

A Secretaria de Desenvolvimento Social, por meio do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), intensifica a campanha do Agosto Lilás, criada justamente para este enfrentamento à violência doméstica. Entre os dias 22 e 26, um pedágio de conscientização deverá ocorrer na principal avenida da cidade (Osvaldo Pinto da Veiga), em frente ao Ginásio Municipal, com a participação de várias frentes.

 

As ações no município são organizadas por profissionais que convivem no dia a dia da narrativa descrita acima. São psicólogas, assistentes sociais, delegados, policiais, promotores, juízes, conselheiros tutelares, psiquiatras, enfim, o sistema tem e dispõe de uma equipe técnica de respaldo, de resposta, mas, o interessante é agir antes do ‘coma’.

 

Denuncie!

Existem várias maneiras para delatar os agressores, uma delas é o contato direto com o Creas por meio do telefone (48) 3623-5981, das 8h às 16h de segunda a sexta-feira, ou em qualquer dia ou hora nos telefones 190 (Polícia Militar-PM) ou 181 (Polícia Civil).

 

Agosto Lilás

A campanha foi criada como parte da luta representada pela Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, para combater e inibir os casos de violência doméstica no Brasil. O país foi o 18º país da América Latina a adotar uma legislação para punir agressores de mulheres, com objetivo de intensificar a divulgação, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.

 

Surgiu em 2016, idealizada pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM), para comemorar os dez anos da Lei Maria da Penha, reunindo diversos parceiros governamentais e não-governamentais. As ações de mobilização ocorrem de maneira bem direcionada neste ano. Palestras e rodas de conversa foram suspensas em virtude da pandemia, mas deverão ser retomadas a partir do próximo ano.

 

Serviços no Creas

Propiciar acolhida e escuta qualificada, visando, dentre outros aspectos:

• Ao fortalecimento da função protetiva da família;

• À interrupção de padrões de relacionamento familiares e comunitários com violação de direitos;

• À potencialização dos recursos para a superação da situação vivenciada e reconstrução de relacionamentos familiares, comunitários e com o contexto social, ou construção de novas referências, quando for o caso;

• Ao acesso das famílias e indivíduos a direitos socioassistenciais e à rede de proteção social;

• Ao exercício do protagonismo e da participação social e;

• À prevenção de agravamentos e da institucionalização.

 

Principais ações/atividades realizadas pela equipe do Creas

Acolhida; escuta; estudo social; diagnóstico socioeconômico; monitoramento e avaliação do serviço; orientação e encaminhamentos para a rede de serviços locais; construção de plano individual e/ou familiar de atendimento; orientação sociofamiliar; atendimento psicossocial; orientação jurídico-social; referência e contrarreferência; informação, comunicação e defesa de direitos; apoio à família na sua função protetiva; acesso à documentação pessoal; mobilização, identificação da família extensa ou ampliada; articulação da rede de serviços socioassistenciais; articulação com os serviços de outras políticas públicas setoriais; articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; mobilização para o exercício da cidadania; trabalho interdisciplinar; cadastramento das organizações e dos serviços socioassistenciais; elaboração de relatórios e/ou prontuários; estímulo ao convívio familiar, grupal e social; mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio; produção de orientações técnicas e materiais informativos; organização de banco de dados e informações sobre o serviço, sobre organizações governamentais e não governamentais e sobre o Sistema de Garantia de Direitos; dentre outros.