Setembro Amarelo: Esperançar é agir, buscar, possibilitar… dar espaço à vida!

Falar sobre é sempre o melhor remédio. Discutir prevenção hoje é salvar vidas amanhã. Assim, com a visão de relevância à data, profissionais das áreas de psicologia, psiquiatria e assistência social da Prefeitura de Capivari de Baixo debatem, neste mês de conscientização e prevenção ao suicídio, por meio da campanha mundial Setembro Amarelo, uma das questões mais delicadas na área da saúde pública e privada, como chegar ao paciente que, muitas das vezes, está com depressão e/ou sofre algum tipo de trauma e, por motivos diversos, opta ou deduz empreender contra a própria vida.

As ações práticas já iniciaram nesta quarta-feira (1º), e são encabeçadas pelas secretarias de Saúde; e de Assistência Social e da Família. Durante o mês, a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), por exemplo, visita todas as dez Estratégias de Saúde da Família (ESFs) e uma extensão ofertando atividades de conscientização. “O grupo realiza, com funcionários e pacientes presentes na sala de espera, dinâmicas com músicas e troca de ideias. Para os profissionais da saúde será realizado um treinamento sobre o atendimento ao paciente em risco de suicídio”, informa a enfermeira Simone Fernandes Floriano, coordenadora do Caps, composto ainda pelos psicólogos Roberta Rodrigues Costa e Luciano Corrêa, além do médico psiquiatra André Luiz Moraes dos Santos e da técnica de enfermagem Josiane da Silva.

Para quem precisar de uma palavra de apoio, que esteja precisando de um conforto, basta ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio do número 188. Sempre haverá uma pessoa do outro lado da linha capacitada e pronta para ajudar. Um desses voluntários é Matheus, de Fortaleza (CE), que se dedica à causa há cinco meses. “São quatro horas por semana. O maior pagamento é saber que, através de uma conversa por telefone, eu posso ajudar a salvar uma vida. É um misto de sensações, na verdade, faltam adjetivos para expor o que fazemos. Estou feliz com os resultados já obtidos e reconheço o trabalho fenomenal da Organização CVV”, resume.

O Sul catarinense tem três polos: Tubarão, Braço do Norte e Criciúma. Esses espaços são utilizados para capacitações, palestras e confraternização dos voluntários da vida. Quem tiver interesse em participar da causa, basta acessar o link: https://www.cvv.org.br/voluntario/.

A indicação dos voluntários do CVV, e de profissionais da psicologia e psiquiatria é sempre estar de olho em qualquer tipo de mudança de comportamento dessas pessoas que podem ter a tendência de apresentar sinais de depressão. Precisando, ligue 188. Sempre há alguém disposto a ouvir e preparado para um momento de dificuldades, independente da hora, 15h ou 3h, há alguém pronto a lhe ‘abraçar’.

Campanha

O dia de 10 de setembro é o Dia Mundial da prevenção ao Suicídio desde 2003, pois um casal dos Estados Unidos começou uma ação de prevenção após o seu filho, Mike, cometer suicídio. Na ação usaram a fita amarela, pois era a cor do carro que ele restaurou e era uma grande paixão.

A campanha é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina. Criado em 2015, o Setembro Amarelo tem como objetivo a conscientização para prevenção do suicídio. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas.

Em 2020, foram registradas cerca de 600 mortes por suicídio Em Santa Catarina, sendo o maior número de casos entre 50 e 59 anos. Em 2019, foram 807 óbitos. A faixa etária com maior número de tentativas é a de 20 a 29 anos, conforme informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde (MS).

Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) mostram que no Brasil cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos e, conforme o MS, mais de 96% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, depressão, transtorno bipolar e/ou abuso de substâncias.

Falar a respeito sim!

Para prevenir o suicídio uma das principais medidas é procurar ajuda profissional. No sistema público, a porta de entrada para o acolhimento de pessoas com algum transtorno mental são os postos de saúde.

Os serviços públicos de saúde mental de Santa Catarina contam com 110 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em diversos municípios e diferentes modalidades. Nessas estruturas são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo as que têm distúrbio psiquiátrico, pensamento suicida e tentativa de suicídio. Outro importante aliado na prevenção do suicídio é o CVV.

A função da escola na prevenção

Em Santa Catarina, 1523 crianças e adolescentes tentaram se suicidar em 2019, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Os registros de automutilação, mais frequentes na faixa etária entre 10 e 19 anos, também acendem o alerta. Neste contexto, o papel da escola na identificação dessas crianças e adolescentes para prevenção de casos mais graves é fundamental.

Essa é a função do Núcleo de Educação e Prevenção (Nepre), que combate as violências contra estudantes da rede pública estadual de Santa Catarina por meio da educação e prevenção.